domingo, 3 de abril de 2011

Brevíssimo tratado político

Atualmente, e como tem sido durante muito tempo, a política internacional tem sido feita a partir de pressões, dissimulações e dissuasões. A política, entendida com práxis humana, traz consigo a característica indelével de apresentar-se como jogo de dominação: “dominação do homem pelo homem”, utilizando-se a fala de Weber. Sendo assim, na prática, a política internacional é realizada de modo a atender interesses particulares. Particulares em se tratando de nações e de pessoas.
A forma de relacionamento “diplomático” que as superpotências (principalmente os Estados Unidos da América do Norte) impõem às demais (e mais frágeis) nações, é no mínimo indelicado e inadequado, para não dizer bárbaro e violento. A tentativa, por parte dos EUA, de assegurar sua hegemonia no tocante às negociações internacionais, ficou evidenciada com o vazamento de documentos confidenciais através do site wikileaks, onde funcionários do alto escalão do governo americano faziam comentários deveras inadequados sobre inúmeras lideranças mundiais, além do fato de alguns diplomatas norte-americanos terem sido instruídos pelo próprio governo a coletar dados pessoais de autoridades estrangeiras. Isso denota a “deselegância” deste governo que na tentativa de manter seu poder, faz política externa a seu modo: o “american way of life” de sempre conseguir vantagens e benefícios próprios, não importando por cima “de que” ou de quem se deva passar.
Indubitavelmente, fazer política em qualquer instância, quer dizer disputar, concorrer, “tirar vantagem” e minimizar os danos a si próprio. É claro que nem sempre se pode fazer a “política da boa vizinhança”. Contudo, já que humanos somos, politizados num bom sentido somos e instruídos razoavelmente somos, é possível (malgrado o fato de ser muito improvável), conceber uma política externa de uma maneira menos prejudicial aos envolvidos, com negociações justas e claras, sem radicalismos e com foco no bem comum. O que é estranho é que em se tratando de política, quando utilizamos palavras com “justiça”, “clareza”, “bondade”, “transparência”... nos sentimos tão ingênuos que é mais fácil defender a barbárie travestida de diplomacia do que qualquer outra forma de pensamento político e ao fazê-lo lançamos mão da ideologia hegemônica, não para dominar, mas para sermos dominados.

2 comentários:

  1. Velho, Deus benza viu!
    a aula de gasparetto mexe mesmo contigo!
    só pra constar, eu li o texto. ^^

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  2. kk...É o texto que eu fiz pra aula dele mesmo!\m/

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