quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reminiscência

Faxina de feriado. Alguém remexia as coisas velhas aqui em minha casa. Livros, cadernos, revistas, folhetos...tudo que for feito de papel e que se possa imaginar entulhado em um comodo de casa servindo de habitat para inúmeras espécies. Tudo foi revisado e arquivado antes de ser direcionado ou não para o lixo da segunda, é claro.
Nessa revisão, pude salvar algumas coisas antigas que eu tinha feito e/ou que me interessavam. Desenhos, livros antigos, cadernos de escola... Entre essas relíquias remanescentes do naufrágio, encontrei um pequenino texto que escrevi a quatro anos atrás. Achei válido postar ele aqui já que é uma lembrança boa que prova que eu sou "assim" tem algum tempo. Vale a ressalva de que quatro anos na vida de alguém que tem 22, é um bom tempo.
Pois bem', vamos ao texto:

02/11/2007

""Eu de mim mesmo, não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa". E por motivo de "achar" me julgo sabedor. É que penso tanto nas coisas da vida, que minha cabeça dói, minha cabeça dói e meu ouvido sangra. De quando em vez me dá até fraqueza.
Mero devaneio... não sei. Digo, acho de despropósito enorme essas palavras. Já que - bem sei, pois me conheço - em breves dias já terão se perdido. Esquecidas. Amassadas num caderno qualquer, na melhor das hipóteses.
A quem quero enganar? Usando uma criatividade não própria, deixo eu de ser criativo. Ou será que não se reconhecer criativo já é criativismo? Mero devaneio... Êita vida besta..."


Pois bem'', eis o texto. É claro que modifiquei um pouco algumas frases que estavam com o sentido embaraçado e revi algumas concordâncias. Mas o cerne do texto continua o mesmo. Os erros de percepção e de entendimento estão lá como o de dizer "bem sei, pois me conheço". Como poderia? Mas enfim, eis o texto.

Curiosidade: Na folha de caderno na qual esse texto estava escrito havia também um desenho de um homem que possuía olhos de Homer Simpson, fumando um cigarro e com semblante triste. Havia ainda uma frase de profundidade e de caráter elucidativo muito grande. A frase dizia: " em briga de saci não tem rasteira". Vai saber...

domingo, 3 de abril de 2011

Brevíssimo tratado político

Atualmente, e como tem sido durante muito tempo, a política internacional tem sido feita a partir de pressões, dissimulações e dissuasões. A política, entendida com práxis humana, traz consigo a característica indelével de apresentar-se como jogo de dominação: “dominação do homem pelo homem”, utilizando-se a fala de Weber. Sendo assim, na prática, a política internacional é realizada de modo a atender interesses particulares. Particulares em se tratando de nações e de pessoas.
A forma de relacionamento “diplomático” que as superpotências (principalmente os Estados Unidos da América do Norte) impõem às demais (e mais frágeis) nações, é no mínimo indelicado e inadequado, para não dizer bárbaro e violento. A tentativa, por parte dos EUA, de assegurar sua hegemonia no tocante às negociações internacionais, ficou evidenciada com o vazamento de documentos confidenciais através do site wikileaks, onde funcionários do alto escalão do governo americano faziam comentários deveras inadequados sobre inúmeras lideranças mundiais, além do fato de alguns diplomatas norte-americanos terem sido instruídos pelo próprio governo a coletar dados pessoais de autoridades estrangeiras. Isso denota a “deselegância” deste governo que na tentativa de manter seu poder, faz política externa a seu modo: o “american way of life” de sempre conseguir vantagens e benefícios próprios, não importando por cima “de que” ou de quem se deva passar.
Indubitavelmente, fazer política em qualquer instância, quer dizer disputar, concorrer, “tirar vantagem” e minimizar os danos a si próprio. É claro que nem sempre se pode fazer a “política da boa vizinhança”. Contudo, já que humanos somos, politizados num bom sentido somos e instruídos razoavelmente somos, é possível (malgrado o fato de ser muito improvável), conceber uma política externa de uma maneira menos prejudicial aos envolvidos, com negociações justas e claras, sem radicalismos e com foco no bem comum. O que é estranho é que em se tratando de política, quando utilizamos palavras com “justiça”, “clareza”, “bondade”, “transparência”... nos sentimos tão ingênuos que é mais fácil defender a barbárie travestida de diplomacia do que qualquer outra forma de pensamento político e ao fazê-lo lançamos mão da ideologia hegemônica, não para dominar, mas para sermos dominados.