Essa semana assistia a uma entrevista do antropólogo Roberto DaMatta, concedida ao programa Roda Viva da TV Cultura, quando ele fez uma metáfora/analogia interessante. Dizia ele que uma biblioteca é como o cemitério, só que com uma diferença: na biblioteca agente pode abrir os túmulos sem que sejamos considerados criminosos, violadores de sepulturas etc... Acho incrível o fato de poder "entrar na mente" de gente que morreu a muito tempo, de gente que ta com o pé na cova e de gente que ta vivo ainda. Se pode, por exemplo, sei lá... cavar três túmulos de uma só vez lendo "O príncipe" comentado por Napoleão Bonaparte e pela Rainha Cristina da Suécia.
Já vi gente comparar livros a filhos, compará-los com memoriais, monumentos, personificações e até com anjos. Ja disseram que livros são como a materialização do supra-sumo da produção intelectual de alguém (o "filé da goiaba" do que alguém pensou, por assim dizer), contudo, a perspectiva de túmulos soou muito inspiradora para mim e acho que é dessa análise que vem aquela expressão "fulano revirou-se no túmulo", que é quando alguém é mal interpretado no que escreveu e não pode se defender.
*Tradução literal do termo "Grave Digger" que é o nome de uma banda alemã de Heavy Metal.
Link para a primeira parte da entrevista de Roberto DaMatta ao Roda Viva:
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Talvez a idéia era essa de se "revirar" no túmulo cada vez que um leitor o mal interpretasse, o comentasse, o indicasse,... Já que os autores se tornam "imortais" através de suas obras! Assim eles podem "estar" entre nós mesmo já guardadinhos em suas caixas personalizadas! rsrs
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